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Quando vamos ao supermercado, nos perguntam se vamos pagar a conta com cartão alimentação; pois se comprarmos uma bebida alcoólica, não podemos usar o vale.
Enquanto isso, crianças, jovens, adultos e velhos consomem refrigerantes que contêm acidulantes, corantes, edulcorantes, flavorizantes e uma série de produtos químicos nocivos à saúde; no caso dos refrigerantes diet, há suspeitas de que os principais edulcorantes utilizados para substituir o açúcar – sacarino e ciclamato – possam ter efeito cancerígeno.
Mas a patrulha politicamente correta elegeu um vilão – as bebidas alcoólicas são as viças que devem ser combatidas. Muitas pessoas são favoráveis à proibição de qualquer propaganda de bebida alcoólica. E quantos não ficariam contentes se o comércio e o consumo de bebidas fosse totalmente proibido?
Isso remete à lei seca nos Estados Unidos – período em que houve a maior criminalidade naquele país. Basta lembrar da Chicago dos anos 30, de Al Capone, da máfia...
Na verdade, o combate a qualquer coisa que causa prazer faz parte da natureza humana. É uma das características do ascetismo, origem de todas as crenças e religiões.
Não faz muito tempo, um grande jornal paulistano publicou uma matéria alarmante sobre o aumento do consumo de drogas entre os jovens. Para ilustrar o texto, havia uma foto de um grupo de amigos tomando cerveja em um barzinho...
Consumir vinho durante as refeições é comprovadamente mais saudável que beber refrigerante, que quase sempre são bebidas com elevados índices de acidez e de açúcar. Mas a hipocrisia politicamente correta insiste em atribuir à bebida a causa de todos os males.
Quantos acidentes de transido causados supostamente por motoristas “alcoolizados” não foram resultado na verdade de imperícia e imprudência?
Como diz Aristóteles na Ética nicomaqueia, a justa medida, ou o equilíbrio entre o excesso e a falta é a atitude ideal para se alcançar a felicidade. A patrulha politicamente correta sobre o consumo de álcool vai apenas estimular os jovens a procurar cada vez mais cedo a bebida. Pois uma das principais características da juventude não é a rebeldia? Um rapaz de 17 anos não pode tomar nem sequer um copo de cerveja, que contém uma quantidade desprezível de álcool, mas pode assistir, quando bem entender, a reality shows degradantes; pode dirigir um automóvel, causar acidentes fatais e não ser penalizado por isso, pois pela legislação brasileira quem não ultrapassou a “barreira” dos 18 anos é uma “criança”; no entanto, um jovem de 16 anos pode eleger o presidente da república...
Basta de hipocrisia: deixem os jovens tomar sua cerveja, desde que possam responder pelos seus atos!
*Nelson José de Camargo é graduado em filosofia e jornalista
Não faz muito tempo, um grande jornal paulistano publicou uma matéria alarmante sobre o aumento do consumo de drogas entre os jovens. Para ilustrar o texto, havia uma foto de um grupo de amigos tomando cerveja em um barzinho...
Consumir vinho durante as refeições é comprovadamente mais saudável que beber refrigerante, que quase sempre são bebidas com elevados índices de acidez e de açúcar. Mas a hipocrisia politicamente correta insiste em atribuir à bebida a causa de todos os males.
Quantos acidentes de transido causados supostamente por motoristas “alcoolizados” não foram resultado na verdade de imperícia e imprudência?
Como diz Aristóteles na Ética nicomaqueia, a justa medida, ou o equilíbrio entre o excesso e a falta é a atitude ideal para se alcançar a felicidade. A patrulha politicamente correta sobre o consumo de álcool vai apenas estimular os jovens a procurar cada vez mais cedo a bebida. Pois uma das principais características da juventude não é a rebeldia? Um rapaz de 17 anos não pode tomar nem sequer um copo de cerveja, que contém uma quantidade desprezível de álcool, mas pode assistir, quando bem entender, a reality shows degradantes; pode dirigir um automóvel, causar acidentes fatais e não ser penalizado por isso, pois pela legislação brasileira quem não ultrapassou a “barreira” dos 18 anos é uma “criança”; no entanto, um jovem de 16 anos pode eleger o presidente da república...
Basta de hipocrisia: deixem os jovens tomar sua cerveja, desde que possam responder pelos seus atos!
*Nelson José de Camargo é graduado em filosofia e jornalista
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