Por Nelson José de Camargo*
As descobertas científicas que começaram a ocorrer na época do Renascimento provocaram uma mudança radical no pensamento humano. Copérnico e Galileu comprovaram que a Terra era apenas um planeta que girava em torno do Sol, e não mais o centro imóvel do Universo; Newton, com a Lei da Gravitação Universal, explicou o movimento dos corpos celestes com base em leis mecânicas; a prensa de tipos móveis, aperfeiçoada por Gutenberg, permitiu que os livros fossem produzidos em maior quantidade e com menor custo, o que facilitou a divulgação dos novos conhecimentos; e a Reforma protestante rompeu a hegemonia da Igreja Católica Romana.
Nesse cenário de mudança, o pensamento humano (seja a filosofia natural, que hoje compreende as diversas ciências, quanto a filosofia moral – o que conhecemos hoje como filosofia) também passou por transformações.
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sábado, fevereiro 26, 2011
sábado, fevereiro 12, 2011
O relativismo e o progresso da ciência como um processo não cumulativo
Por Nelson José de Camargo*
Há perdas e ganhos nas revoluções científicas, mas os cientistas tendem a ser particularmente cegos quanto às primeiras.
Thomas Kuhn
INTRODUÇÃO
O progresso da ciência, tal como tem sido verificado desde o século XVII, pode ser explicado pelo fato de que as novas teorias científicas podem “predizer e explicar mais fenômenos do que suas predecessoras”[1], ao menos na visão positivista. Ou a ciência está, ao longo do tempo, “aproximando-se progressivamente de um registro verdadeiro do mundo”[2], na visão realista. Sob o ponto de vista pragmatista, o progresso pode ser entendido como “um movimento em direção a realização de determinados fins”[3]. O relativismo, porém, sustenta a posição de que o progresso da ciência não é um processo cumulativo e não tem um fim. Esta dissertação pretende examinar a posição relativista.
PARADIGMAS
Para iniciar a discussão, é preciso distinguir os períodos que caracterizam o progresso científico na visão relativista. São os períodos pré-paradigma e pós-paradigma.
Paradigma é um conjunto de realizações que serve de base à prática científica futura; não é regra, não é método; serve de exemplo para a resolução de problemas futuros. Nas palavras de Thomas Kuhn, paradigmas são “exemplos que incluem conjuntamente leis, teoria, aplicação e instrumentação – fornecem modelos dos quais surgem tradições coerentes e específicas da pesquisa científica”[4].
Há perdas e ganhos nas revoluções científicas, mas os cientistas tendem a ser particularmente cegos quanto às primeiras.
Thomas Kuhn
INTRODUÇÃO
O progresso da ciência, tal como tem sido verificado desde o século XVII, pode ser explicado pelo fato de que as novas teorias científicas podem “predizer e explicar mais fenômenos do que suas predecessoras”[1], ao menos na visão positivista. Ou a ciência está, ao longo do tempo, “aproximando-se progressivamente de um registro verdadeiro do mundo”[2], na visão realista. Sob o ponto de vista pragmatista, o progresso pode ser entendido como “um movimento em direção a realização de determinados fins”[3]. O relativismo, porém, sustenta a posição de que o progresso da ciência não é um processo cumulativo e não tem um fim. Esta dissertação pretende examinar a posição relativista.
PARADIGMAS
Para iniciar a discussão, é preciso distinguir os períodos que caracterizam o progresso científico na visão relativista. São os períodos pré-paradigma e pós-paradigma.
Paradigma é um conjunto de realizações que serve de base à prática científica futura; não é regra, não é método; serve de exemplo para a resolução de problemas futuros. Nas palavras de Thomas Kuhn, paradigmas são “exemplos que incluem conjuntamente leis, teoria, aplicação e instrumentação – fornecem modelos dos quais surgem tradições coerentes e específicas da pesquisa científica”[4].
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