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Filosofia e literatura têm diferenças e semelhanças. Ambas usam a linguagem para comunicar algo a alguém. Na Filosofia, o principal objetivo é expressar conceitos, ideias. Na literatura, existe a narrativa, isto é, o ato de contar uma história.
No entanto, a diferença entre uma obra literária e uma filosófica é mais sutil do que pode parecer à primeira vista. Os diálogos de Platão, por exemplo, poderiam muito bem ser enquadrados nas duas categorias – literatura e filosofia.
Ninguém dirá que Kant foi um literato – no sentido de que seu texto tem elegância e estilo dos grandes escritores – mas o que dizer de um Nietzsche? Poemas e aforismos, tão frequentemente empregados pelo autor do Zaratustra, são formas literárias.
Rousseau foi autor de um romance de sucesso na época: A bela Heloísa. Sartre tornou-se conhecido não apenas por sua filosofia, mas também pelos seus romances. E poucos escritores são tão filosóficos como Thomas Mann e Machado de Assis.
A Filosofia, como diz Wittgenstein, deve “tornar claros e delimitar precisamente os pensamentos, antes como que turvos e indistintos”[1]. Nem sempre a literatura é assim: basta ler autores obscuros como Joyce para comprovar.