Kant
Alguns políticos se apresentaram como “guardiões da moralidade pública” e pautaram sua plataforma política na “ética, na moralidade e na austeridade”. Quase sempre, porém, os resultados obtidos por partidários de tais slogans foram desastrosos. Basta examinar a trajetória do exótico presidente que chegou ao poder para “varrer a corrupção e a bandalheira”, ou do infame “caçador de marajás”.
Esse discurso moralista, porém, sempre encontra repercussão, especialmente na classe média urbana dos grandes centros. Mirando esse eleitorado, políticos que se apresentam como representantes da “social-democracia brasileira” são na verdade representantes das elites conservadoras.
É exemplar o caso de um líder político que começou sua carreira apoiado por uma organização católica, mas que sempre se apresentou como “de esquerda”; escamoteando suas reais convicções, conseguiu galgar postos importantes, embora tenha fracassado em duas tentativas de chegar ao executivo federal.
A postura desse tipo de político nos leva a questionar o que é realmente ser ético; seria talvez aplicar verdadeiramente o que Kant propõe como o imperativo categórico, isto é, agir como se nossas máximas pudessem ter validade universal.